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Em São Paulo, Dionne Warwick canta seus hits e se arrisca na bossa nova


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“A música do Brasil sempre veio ao meu encontro. Eu quis gravar as músicas de Tom Jobim e fiquei muito feliz de ter tido condições de fazer isso”, diz Dionne.

Dionne Warwick volta ao Brasil. Nesta quinta-feira (23), a cantora americana de 77 anos que já vendeu 100 milhões de discos se apresenta no Espaço das Américas, em São Paulo. Ela escreve assim mais um capítulo de sua história com os brasileiros, marcada principalmente por um álbum de canções de Tom Jobim, lançado em 1994.

“A música do Brasil sempre veio ao meu encontro. Eu quis gravar as músicas de Tom Jobim e fiquei muito feliz de ter tido condições de fazer isso”, diz Dionne. Ela talvez mostre em São Paulo alguma canção com sua pronúncia simpática do português. E adianta que será um show de hits.

“Sim, não posso deixar de cantar meus maiores sucessos. É uma coisa que gosto de repartir com a plateia. Porque são canções que fizeram parte da minha vida e acredito que também tenham um papel na vida de outras pessoas. Acho que o que canto é uma extensão de mim, sinto essas canções como pedaços de mim.”

A inclusão de algo de Brasil no show poderá ser considerada uma deferência especial, já que não costuma alterar o repertório de sua turnê de um país para outro. “Nunca me preocupei com isso. Como a minha carreira é muito extensa, com tantas gravações, há uma seleção natural. Meus maiores sucessos acabaram se espalhando pelo mundo. Essas canções são bem recebidas em todos os lugares.”

Dionne é a segunda mulher a ter mais singles inseridos nas paradas americanas, com 88 canções nos rankings, entre 1962 e 1998. Ela só fica atrás de Aretha Franklin, morta na última quinta-feira (16), que teve 112 hits nas listas.

“Walk on By”, “The Girl’s Is in Love with You”, “I’ll Never Love this Way Again” e “Reach out for me” são algumas canções celebradas pelos fãs, mas nenhuma supera o impacto de “I Say a Little Prayer” (1967), o apogeu de seu longo trabalho com composições da dupla Burt Bacharach e Hal David. 

Ela diz que a parceria ofusca até outros autores que considera fundamentais na formação de seu repertório, como Barry Manilow e Barry Gibb.

Dionne acha graça quando perguntam se ela não se cansa de cantar “I Say a Little Prayer”. “Nunca fico cansada de cantar uma determinada música. Seria como ficar cansada do sucesso, não? As músicas que mais vezes eu cantei e ainda continuo cantando são as que conquistaram mais pessoas. Tenho orgulho delas. Não entendo artistas que possam ficar cansados de seus sucessos. Nossa luta é para conseguir essa resposta dos fãs.”

Ela afirma não tomar cuidados especiais para preservar a voz, além de descansar bastante nos dias em que subirá ao palco. Diz que seu único exercício é cantar sempre, sem nunca ter parado. E o que Dionne canta nos dias de folga, quando está em casa?

“Na verdade, eu não canto muito em casa. Escuto sempre algo bom, mas não costumo ouvir meus CDs, minhas músicas. Quando começo a cantarolar alguma coisa na cozinha, são músicas antigas que aparecem na minha cabeça. Coisas bem antigas mesmo.”

Apesar de reafirmar sucessos antigos, a cantora está pronta para gravar material novo. Deve passar parte dos próximo meses em estúdios. 

E acredita que seu repertório romântico não deixa de ser político. “Considero os artistas como mensageiros, não apenas para levar aos outros momentos de alegria, mas também para levar as pessoas a uma reflexão sobre o que está acontecimento. Mesmo se a proposta for apenas entretenimento, é uma reação aos problemas que estão por aí.”

DIONNE WARWICKQUANDO Quinta (23), 22hONDE Espaço das Américas, r. Tagipuru, 795PREÇO R$ 260 a R$ 360

Com informações da Folhapress.  

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